o maneio (in)adequado da abelha negra


Um vasto conjunto de técnicas modernas de apicultura foram desenvolvidas simultaneamente com a expansão das subespécies de abelhas mais populares: A. m. ligustica e A. m. carnica.

Fig. 1 : A. m. ligustica

A padronização do tamanho e estrutura das caixas de colmeias levou a técnicas universais de maneio em operações apícolas profissionais, primeiro no Novo Mundo e depois em muitos países europeus. Cursos, materiais didáticos, manuais e periódicos promoveram as novas técnicas. Toda a filosofia de maneio foi pensada e optimizada para as abelhas A. m. ligustica, A. m. carnica e A. m. caucasica.

Fig. 2: A. m. carnica

Estes são alguns exemplos desta filosofia de maneio: incluiu maneio brusco das colónias, evita o desdobramento/arrefecimento das colónias antes do fluxo do néctar principal, defende um grande espaço para a invernagem de colónias (ninho e sobreninho langstroth), exige baixa tendência de enxameação, recorre à remoção dos mestreiros para controle de enxameação e preconiza o uso intenso de fumo durante o maneio.

Muitos desses métodos são muito severos/inadequados para a abelha A. m. mellifera (abelha negra). Apicultores mantendo A. m. mellifera devem conhecer algumas técnicas mais antigas e desenvolver métodos e equipamentos mais ajustados ao maneio destas colónias [Manner, 1925]. A fisiologia, o comportamento e ciclo de vida anual de A. m. mellifera diferem de outras abelhas e devem ser consideradas nas técnicas de maneio. Surpreendentemente, isso não é comumente conhecido pelos apicultores [Ingvar Arvidsson, comunicação pessoal].

Fig. 3: A. m. mellifera

fonte: https://www.nordgen.org/wp-content/uploads/2017/03/BrownBeeReport2014NordGen.pdf

Nota: reescrever alguns capítulos do manual de maneio da nossa A. m. iberiensis pode e deve ser feito na minha opinião. Temos bons apicultores na península com conhecimentos para isso. Não tenho ideia da sua motivação para os partilharem.

Fig. 4: A. m. iberiensis

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