A saúde da rainha está intimamente ligada ao desempenho das colónias de abelhas, uma vez que uma única rainha é normalmente responsável por toda a criação na colónia. Nos Estados Unidos, nos últimos anos, as rainhas têm falhado a um ritmo elevado, com 50% ou mais de rainhas substituídas nos primeiros 6 meses, quando historicamente uma rainha se mantém prolífica durante o primeiro e segundo ano de vida. Esta alta taxa de falha das rainhas coincide com a alta taxa de mortalidade das colónias nos EUA, alguns anos superando os 50%. No presente estudo, investigou-se se a viabilidade espermática em rainhas dos EUA desempenha um papel nas perdas de colónias. Observou-se uma ampla variação na viabilidade espermática nos quatro grupos de rainhas retiradas de colónias classificadas pelos apicultores em duas categorias: colónias de boa saúde e colónias a falhar.
As rainhas removidas de colónias com boa saúde apresentaram uma média alta de viabilidade espermática (cerca de 85% dos indivíduos), enquanto aquelas consideradas deficientes ou com má saúde apresentaram uma média significativamente menor (apenas cerca de 50% dos indivíduos). A baixa viabilidade espermática foi correlacionada positivamente com o desempenho da colónia. Para investigar a fonte de baixa viabilidade dos espermatozóides, rainhas de seis criadores de rainha foram avaliadas tendo sido documentada uma grande variação na viabilidade espermática (faixa entre 60-90%). Esta variabilidade pode ter origem nos zangãos com que as rainhas acasalam ou nas temperaturas extremas que as rainhas estão expostas durante a expedição (habitualmente por avião). O papel da temperatura de expedição como possível explicação para a baixa viabilidade espermática foi analisada. Foi documentado que durante a expedição as rainhas são expostas a picos de temperatura (de 8ºC até 40°C) e estes picos podem matar 50% ou mais do esperma armazenado na espermateca das rainha. A viabilidade esperada dos espermatozóides está claramente ligada ao desempenho das colónias e os dados laboratoriais e de campo fornecem evidências de que as temperaturas extremas a que estão sujeitas durante o transporte são um potencial factor causal da baixa viabilidade espermática num número significativo de rainhas.
fonte: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0147220
P.S.: Os apicultores portugueses ao fazerem encomendas de rainhas estrangeiras, que habitualmente transitam durante horas/dias em aviões e/ou transportes rodoviários correm os riscos acima referidos? Não será demasiado audacioso pensar que a realidade europeia não deverá diferir em nada da realiadade norte-americana.