mortalidade outonal, até ao solstício do inverno de 2108

Nos passados dias 27 e 28 de Dezembro fiz mais uma ronda de alimentação com “fondant” nos 12 apiários da minha exploração, onde estão assentes cerca de 630 colmeias e 70 núcleos. Esta é a terceira ronda de alimentação desde Novembro de 2018. Desta vez alimentei todas as colmeias, sem excepção. Nas duas rondas anteriores tinha alimentado as colmeias mais leves e/ou com um peso médio.

Fig.1: Fondant colocado sobre o óculo aberto da prancheta

Mais uma vez noto que as colónias mais populosas estão nos apiários situados nas zonas de maior altitude (entre os 800 e 900 m de altitude). Em regra as colmeias aí localizadas apresentavam 7 a 9 quadros de abelhas (avaliação feita sem levantar quadros, através da observação dos travessões superiores dos quadros e dos espaços entre quadros). Também as colmeias nos apiários mais soalheiros e a uma altitude mais baixa (cerca dos 600 m) estavam bem povoadas (com 5 a 8 quadros de abelhas). Os apiários com colónias mais fracas (2 apiários), um é o mais sombrio de todos, o outro está numa zona de frequentes nevoeiros nesta altura do ano, apresentavam colónias com 3 a 6 quadros de abelhas . Não vi sinais de varroose (não vi abelhas com asas deformadas nem abelhas com o abdómen atrofiado). Não vi também sinais de ascosferiose. Nosema apis também não vi sinais (não vi entradas sujas pelas fezes). Nosema cerana, como é assintomática a olho nu, não me arrisco a dizer nada, mas não vi abelhas mortas à entrada da colmeia num número que me preocupasse e me levasse a suspeitar da mesma.

Nesta ronda trouxe para casa 3 colmeias e um núcleo que ficaram pelo caminho. Não morreram por varroose. Duas colmeias morreram por falta de rainha. Era visível alguma criação fechada de zângão muito dispersa e em pequena quantidade em alvéolos de obreira assim como algumas realeiras iniciadas. A outra colmeia e o núcleo morreram por terem poucas abelhas. Estes dois enxames, apesarem de terem algumas reservas próximas, não tinham abelhas em número suficiente para primeiro aquecerem o mel e depois o consumirem. Sem este combustível vital acabaram por não ser capazes de manter o cacho termorregulado para ultrapassarem as frias noites que se fizeram sentir nas encostas da Serra de Estrela ali pelo Natal.

Identificadas as causas da morte nestas colmeias resta-me contabilizar a percentagem de colónias perdidas durante o outono de 2018: 0,60%.

Até ao final do inverno não tenho ilusões e sei que ainda vou tirar algumas duas a três dezenas de colmeias mortas, correndo tudo normalmente. Outra certeza que tenho neste momento é que aquelas que vierem a morrer não será por varroose. Veremos se a mortalidade invernal deste ano não supera a do ano passado, que ficou um pouco abaixo dos 5%. Veremos!

Nota: vendi no mês de Dezembro 150 colmeias. Como eram as mais fortes entre as mais fortes, como o comprador (apicultor muito experimentado) passadas cerca de três semanas me disse que estavam todas bem, incorporei-as neste cálculo, porque seguramente se estivessem ainda nos meus apiários também estariam vivas.

2 comentários em “mortalidade outonal, até ao solstício do inverno de 2108”

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