Inicio este nova categoria intitulada “mercado do mel” dado que a comercialização a retalho ou por grosso do mel que as nossa abelhas produzem é um tema que a todos nós importa.
Deixo também já clara a minha declaração de interesses: por norma serei um defensor convicto do mel produzido em Portugal, um mel de grande qualidade que tem na sua origem florações predominantemente silvestres, e um observador muito desconfiado do mel que a nossa lei permite que seja designado “não UE”. O que se quer esconder por detrás do biombo desta designação que encontramos tão frequentemente nos rótulos do mel importado? Estou consciente que a maior parte dos meus leitores (apicultores também) pensam como eu, e que para poder ter algum impacto teria de chegar a outro público, o público dos que consomem mel e não são apicultores. Contudo caso por aqui passe um consumidor de mel, menos prevenido e informado acerca do mercado do mel, espero que no final faça como os consumidores chineses que estão a mudar as suas opções de compra e a comprar sempre que podem directamente ao apicultor. As razões de tal opção estão bem sustentadas como podemos ver de seguida.
ESTRANHÍSSIMO!!! Estudos em torno da produção e consumo de mel chinês têm indicado que a China consome muito mais mel do que produz, e muito mais mel do que a soma da sua produção e importações.
COMO SE FAZ A QUADRATURA DO CIRCULO??? Conforme relatado ao longo dos últimos anos, a comunicação social chinesa indicou que em numerosas cidades onde foram realizados testes à pureza do mel vendido no mercado de retalho, em mais de metade das amostras de mel analisadas foram encontradas adulterações com até 70-100 % de outros adoçantes.
ELES RECLAMAM!!! E NÓS??? Isto levou a reclamações dos consumidores chineses e a uma tendência para comprar o mel diretamente aos apicultores.
Fonte: http://us1.campaign-archive1.com/?u=5fd2b1aa990e63193af2a573d&id=78b929f20f&e=5229dfa01a
Fig. 1 — Se nem todos os que se vestem como Batman são o Batman porque é que uma embalagem rotulada como sendo mel de origem “não UE” teria de ser mel puro?
Também já escrevi um pouco sobre isso.
Felizmente apareceu pouco tempo atrás um método de análise fácil e barato que permite reconhecer a falsificação, por mais bem feita que seja!
Então, a lei, o legislador…e por conseguinte todos os consumidores andam a vestir a pele do cordeiro.
Já diz o ditado;
“Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele!”…mas neste caso, o lobo aldraba, vende…engana..e não há um real interesse em que seja esfolado.
O cordeiro lá segue a sua vida…béee..bahhh…alegre e contente, sem suspeitar de nada. Chama-se ignorância consciente e consentida!
Li diretamente do site que o Eduardo cita e realmente é gravíssimo o que está a acontecer no sector do mel, não que nós já não soubéssemos que algo de mal se passava com tanto mel chines a preço de chuva, o pior é as autoridades terem acesso a essa informação é nada fazerem. Lobis? Provavelmente. E cá vamos nos andando num trabalho inglório que se não fosse feito por amor, muitos de nós já tinham arrumado o fumigador.
Afonso e Luís
Como dizia o Miguel Esteves Cardoso há uns anitos atrás temos que lhes ir mordendo nas canelas. O silêncio é cúmplice!