interrupção artificial da postura da rainha para aumentar a eficácia do tratamento da varroose: apêndice

Dado o interesse, problematização e dúvidas que suscitou esta publicação justifica-se a meu ver este apêndice, que visa detalhar um pouco mais os equipamentos utilizados assim como reflectir sobre a avaliação do impacto da técnica ao nível da colónia.

Quadro confinador de rainha (modelo construído por Randy Oliver).

A técnica preconiza o confinamento da rainha a um quadro normal (ou mesmo dois), designado quadro armadilha para o varroa, através de um dispositivo/equipamento que permite o trânsito das abelhas obreiras para o exterior-interior da zona confinada mas impede o trânsito da abelha rainha para o exterior da zona confinada. Utilizam-se, para conseguir este objectivo, dispositivos subsidiários das grelhas excluidoras de rainhas Para tal podemos construir quadros falsos, designados por mim quadros confinadores de rainha, à imagem do que propõe Randy Oliver.

Estas imagens ilustram outros modelos:

Este tipo de equipamento é também utilizado por alguns criadores de rainhas que pretendem diminuir o ritmo de oviposição e desgaste das rainhas matriarcas.
Equipamento disponibilizado para um ou dois quadros pelos nossos vizinhos de La tienda del Apicultor, com a designação Cesto Excluidor.

A rainha é transferida para esta zona confinada no mesmo quadro onde anda em postura, ou transferida para um quadro com cera puxada com muitos alvéolos livres para iniciar a oviposiçao.

Cesto excluidor de dois quadros colocado no ninho de uma colónia (La tienda del Apicultor).

Por comparação com a técnica de enjaulamento de rainhas em jaulas dedicadas, como a utilizada por diversos apicultores, em particular os da península itálica, não conheço testemunhos que indiquem a morte e substituição da rainha confinada com recurso a esta técnica.

Sobre o impacto ao nível da colónia, decorrente desta interrupção parcial da postura, é um aspecto de avaliação complexa. O impacto negativo mais imediatamente evidente materializa-se na redução significativa de novas abelhas a nascerem nos 14 dias após o desconfinamento das rainhas. O impacto positivo mais relevante, dado o incremento assinalável da efectividade da desparasitação, verifica-se ao nível da colónia na sanidade e esperança de vida nas novas abelhas a serem criadas. A somar a este efeito positivo soma-se este outro: as abelhas, nascidas durante os 14 dias de confinamento de sua mãe, não estarão sujeitas a um envelhecimento tão rápido como o que ocorreria caso tivessem de nutrir larvas e aquecer as pupas surgidas da postura de uma rainha não confinada durante estes 14 dias.

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