Os incêndios ocorridos neste verão e outono deixaram feridas profundas no interior do nosso país. Largas extensões desse território e muito trabalho ficou em cinzas. Como levantar as pessoas, como erguer a terra?
Para não cair no esquecimento e servir de referente lembremos como foi amparado num passado recente um sector à beira do precipício: o sector bancário.
[A] “estimativa feita em 2015 pelo Banco Central Europeu, que contava 19,5 mil milhões gastos pelo Estado português entre 2008 e 2014, o correspondente a 11,3% do PIB. Já em 2015, o Tribunal de Contas estimava que a mesma despesa, entre 2008 e 2015, rondaria os 14 mil milhões de euros, em injecções de capital e empréstimos. ” *
Assim decidiram os senhores de Portugal. Assim foi utilizado o dinheiro de todos nós. Aqui chegados pergunto: haverá alguma razão para que os territórios arruinados pelos incêndios, maltratados pela seca, descapitalizados pelas regras do comércio internacional, não sejam devidamente amparados?
Julgo que não andarei muito longe de uma previsão justa e correcta se disser que a grande maioria dos portugueses espera que os decisores nos próximos 10 a 20 anos, através do estado, apoiem empenhadamente os esforços necessários para revitalizar o interior do país de norte a sul. Entre outras medidas, deve apoiar devidamente os pequenos produtores florestais enquanto agentes indispensáveis na reforma da floresta que se exige e necessita há muitos anos.
Dou um exemplo singelo: todos nós queremos uma floresta mais racional, mais autóctone, com carvalhos, castanheiros, azinheiras, sobreiros e outros. No entanto os apoios às perdas de produção devem ser equacionados. Mais, devem ser valorizadas as externalidade ou ganhos para todos nós com o plantio deste tipo de árvores. Esta factura está à nossa frente e há que encorajar os nossos representantes a pagá-la.
Ou isto ou nada! Ou tudo continuará na mesma e pior ainda.