definições, acaricidas e opções fundamentadas

  • o) Resíduos de medicamentos veterinários: substância farmacologicamente activa, tal como definida na alínea a) do artigo 1.o do Regulamento (CEE) n.o 2377/90, do Conselho, de 26 de Junho, e posteriores alterações, que prevê um procedimento comunitário para o estabelecimento de limites máximos de resíduos de medicamentos veterinários nos alimentos de origem animal;
  • p)  Limite máximo de resíduos (LMR): o teor máximo em resíduos, tal como definido na alínea b) do artigo 1.o do Regulamento (CEE) n.o 2377/90, do Conselho, de 26 de Junho, e posteriores alterações;
  • q)  Intervalo de segurança: período de tempo entre a última administração do medicamento veterinário ao animal, em condições normais de utilização, e a obtenção de alimentos provenientes desse animal, a fim de garantir que os mesmos não contêm resíduos em teor superior aos LMR estabelecidos em conformidade com o Regulamento (CEE) n.o 2377/90, do Conselho, de 26 de Junho, e posteriores alterações.

Fonte: Infarmed (http://ofporto.org/upload/documentos/595029-egime-juridico-dos-med-veterinarios.pdf)

Juntando as peças do puzle temos:

  • para o Apivar o intervalo de segurança é de zero dias e o LMR de amitraz (substância activa no Apivar) no mel é de 200 microgramas por Kg de mel;
  • para o Bayvarol o intervalo de segurança é de zero dias e o LMR de flumetrina (substância activa no Bayvarol) no mel não está definido pela UE;
  • para o Apistan o intervalo de segurança é de zero dias e o LMR de fluvalinato (substância activa no Apistan) no mel não está definido pela UE.

Sem fantasmas e sem alarmismos continuarei a tratar as minhas colmeias com os melhores tratamentos, os de mais garantida eficácia, os mais simples de utilizar, os homologados e os inócuos para a saúde dos meus clientes… ciente que é meu dever, minha obrigação, ouvir quem de facto merece ser ouvido, sobretudo neste aspecto em particular, para fazer opções fundamentadas e não embaladas por modas.

11 comentários em “definições, acaricidas e opções fundamentadas”

  1. Bom dia Sr. Eduardo
    Mais uma vez venho aqui tentar esclarecer uma duvida.
    Faz hoje 6 semanas que coloquei o APITRAZ nas minhas colmeias e agora gostava de saber se o tratamento foi eficaz. Para chegar a essa conclusão, estava a pensar fazer o mesmo teste que fiz antes de colocar o tratamento, ou seja, retirar abelhas de algumas colmeias para um frasco com água e detergente e contar o nº de abelhas e o nº de varroas. Assim, com este resultado esperava ver a taxa de infestação e logo a eficácia do APITRAZ nas 6 semanas de actuação.
    Acha que esta extrapolação de dados esta correta ou aferir a eficácia de um tratamento não poderá ser feita desta forma?

    A semana passada não estava tão mau tempo com esta agora e ainda deu para ver com elas estavam de reservas e ao abri-las verifiquei que existiam abelhas com asas ratadas. Sei que existe a possibilidade de estas abelhas terem sido as ultimas antes da colocação do tratamento, mas ainda não fiz as contas…mas deixou-me a pensar um pouco…

    Mais uma vez obrigado pela sua ajuda.

    PS. estou desejando que venha o bom tempo, queria aplicar umas técnicas de desdobramentos que partilhou aqui no blog, mas não está fácil…no ano passado por esta altura já tinha feito o 1º desdobramento!

    1. Boa noite João
      Para aferir a eficácia do Apitraz nas suas colmeias e com os procedimentos de aplicação que utilizou pode e deve utilizar a mesma metodologia que empregou anteriormente para poder fazer uma comparação fidedigna.

      As abelhas com asas deformadas irão desaparecer se o tratamento foi eficaz. Ainda vê varroas em cima das abelhas? Se sim por alguma razão o tratamento não foi eficaz. Se não vê não me preocuparia muito porque a colmeia deve estar em expansão (no outono seria mais complicado). Contudo mantenha-se vigilante.

      Iniciei hoje a fase 1 dos desdobramentos (20 no caso) para daqui a 4 dias avançar para a fase 2. Também estou a fazê-los muito mais tarde que o ano passado. Boa sorte para nós!

      1. Bom dia.
        Obrigado pela rápida resposta.
        Vou tentar ver se encontro varroas por cima das abelhas…a minha vista é que não é muito boa para ver essas “carraças” tão pequenas…vou estar mais atendo da próxima vez a ver se encontro algumas.
        E esses desdobramentos é nos apiários da Beira Alta? Eu gostava de ver se consigo fazer algum para a semana se o tempo melhorar um pouco…

        Obrigado e um forte abraço.

        1. Viva João
          Também já tive a vista mais apurada… se o tratamento não for eficaz ou se for atrasado, mesmo vendo menos bem, vai ver quase de certeza algumas abelhas com varroas em cima.

          Os desdobramentos vão ser concluídos amanhã e são em colmeias de um apiário que tenho na zona de Coimbra.

  2. Boa tarde Eduardo.
    Por falar em tratamentos, qual é a sua associação?
    Isto porque, havendo associações e cooperativas um pouco espalhadas pelo continente, nem todas conseguem os acaricidas homologados a preços comparticipados para os seus associados.
    Este tema foge um pouco ao seu texto, mas também tem a sua importância.
    Grato por ler o seu blog.

  3. Boa noite amigo Eduardo
    Este é um post apenas para ler e apagar uma vez que já deu para ver que os posts não entram diretamente e como não tenho o seu email, vou abusar da sua amabilidade e pedir para dar a sua opinião sobre crestas, uma ou várias. Já li alguma coisa sobre o assunto mas como sempre as duvidas são mais que muitas e gostava muito de saber a sua opinião. No ano passado, que foi o meu segundo ano fiz o brilharete de ter médias de 27 kg o que me deixou muito satisfeito ainda mais quando no 1º ano tive média de quase 10 kg só que nem tudo correu tão bem como gostaria uma vez que deixou marcas e quase todas as melhores colmeias do ano passado não se aguentaram durante este inverno. No ano passado fiz 3 crestas, uma mini cresta em finais de Abril onde apenas tirei 3 a 5 quadros das colmeias mais fortes, outra no inicio de Julho e a ultima a meados de Setembro. Creio que esta talvez tenha sido tarde de mais e dai as maiores não conseguirem arranjar reservas suficientes para passar o inverno e como não alimentei creio que o causa principal foi mesmo de fome uma vez que o inverno aqui pelos Açores foi muito mais rigoroso do que tem sido. Peço desculpa uma vez mais pelo pedido
    Cumprimentos

    1. Olá Fernando
      Faço 2 crestas (Junho e Agosto) para separar os meis claros dos meis escuros. Por norma o mel do ninho fica para elas: cerca da 12 a 15Kg que têm chegado. Este ano se não tivesse alimentado como nunca alimentei com fondant suponho que mais de 50% das minhas colmeias tinham morrido à fome. Os meses primaveris de Outubro, Novembro e Dezembro levaram a um consumo acelerado das reservas. Posteriormente um mês de Fevereiro e Março frio e chuvoso impediu-as de sair o que agravou ainda mais as coisas. Julgo que passarei a alimentar com fondant de forma sistemática daqui em diante. Os resultado foram até agora muito positivos. Para além de evitar a morte por fome de muitas das minhas colmeias fiquei com a sensação que estimulou de uma forma gradual/natural a postura das rainhas.

  4. Olá Eduardo, sou um seguidor atento do seu blog, faço-o porque me revejo em muitos dos seus comentários. A varroa não é mesmo para ignorar e aprendi isso da pior forma.
    Actualmente tenho usado ácido fórmico no final da cresta e antes da primavera, e ácido oxálico em Dezembro na altura de mais baixa criação, mesmo assim, como o tempo anda virado atrasei-me e perdi a minha colónia mais forte, exactamente da forma como descreveu porque me atrasei. Assisti recentemente a uma palestra na Lousamel dada pela Priscila Wielewski, Engenheira Zootécnica, Mestre e Doutora em produção animal, especialista em varroa e comportamento higiénico, e comecei a analizar os níveis de varroa das minhas colónias e vou também testar para verificar aquelas que têm melhor comportamento higiénico para depois fazer uma melhor selecção. Na Lousamel está também em curso um processo de melhoramento genético da abelha ibérica orientado pelo Dr. André Halak que me parece o melhor caminho a percorrer para conseguirmos ter abelhas mais produtivas, resistentes a doenças e com melhor comportamento higiénico. Tenho no entanto a lamentar a dificuldade em encontrar os acaricidas e seu preço , por exemplo para ser cooperante da Lousamel tenho que pagar uma jóia de 100€, neste momento foi-me dito que só tinham thymovar a 20€ para sócios e que de futuro todos os produtos homologados só com prescrição veterinária…Como é que vair ser para para que quem tem poucas colónias? Neste momento tenho apenas 10 colónias, mas tenho intenção de crescer e criar um apiário na zona da Pampilhosa da serra, poia a minha família é de lá, sempre tiveram abelhas e sou um grande apreciador do mel de urze, no entanto o custo benefício desta actividade faz pensar um pouco, por exemplo a cooperativa só paga 2 a 3 euros pelo mel dos associados dependendo do ano.

    1. Olá António.
      Lamento os problemas que teve com as varroas. Por regra são as colónias mais fortes as que vão mais cedo e mais rapidamente por causa da varroa.
      Acerca das abelhas resistentes à varroa, é um mundo novo que se abre perante nós. Neste momento estou um pouco céptico. Julgo que sem inseminação instrumental, como feito por John Harbo e outros, dificilmente conseguiremos ter bons resultados só com base na fecundação natural das rainhas. Seguramente um tema a desenvolver no blog, quando tiver mais tempo.

  5. Boa tarde Eduardo,

    “para o Apivar o intervalo de segurança é de zero dias e o LMR de amitraz (substância activa no Apivar) no mel é de 200 microgramas por Kg de mel;
    para o Bayvarol o intervalo de segurança é de zero dias e o LMR de flumetrina (substância activa no Bayvarol) no mel não está definido pela UE;
    para o Apistan o intervalo de segurança é de zero dias e o LMR de fluvalinato (substância activa no Apistan) no mel não está definido pela UE.
    Sem fantasmas e sem alarmismos continuarei a tratar as minhas colmeias com os melhores tratamentos, os de mais garantida eficácia, os mais simples de utilizar, os homologados e os inócuos para a saúde dos meus clientes… ciente que é meu dever, minha obrigação, ouvir quem de facto merece ser ouvido, sobretudo neste aspecto em particular, para fazer opções fundamentadas e não embaladas por modas.”

    Na questão das resistências nas varroas, para atingirmos os 200 microgramas por kg de mel de amitraz , ainda temos um longa curva de crescimento nas doses a aplicar por colónia.
    Se por ventura se verificarem resistências, o que podemos fazer é aumentar a concentração, mas até agora, não se encontram super varroas que aguentem o efeito ao nível do sistema nervoso que o amitraz lhe causa. Nem em todo o mundo há relatos e se haver surgimento de resistências, só pode acontecer por administração de doses baixas. Portanto, é nisso os fabricantes de tiras, são especialistas.

    Um abraço,

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