bem-hajam e mais umas coisas

A propósito desta publicação no mural do FB, o meu bem-haja aos que, das mais diversas formas, manifestaram a sua solidariedade e conforto.

Pretendi com esta publicação:

1) chamar a atenção para que num incêndio como este da Serra da Estrela a onda de morte não se resume às florestas e matos. Muita fauna e entomofauna, doméstica e selvagem, morre num primeiro momento ou fica com a sua vida muito dificultada e em perigo nos próximos tempos;

2) ilustrar o que se terá passado em dezenas ou centenas de apiários espalhados pela Serra por via do que se passou no meu;

3) antecipar que a ajuda que o estado possa vir a dar a todos os apicultores que perdem colónias nos incêndios, se a vier a dar, deve ir além do habitual fornecimento de alimento.

Deixo algumas notas justas:

Nota 1: agradeço a todos aqueles que se prontificaram de forma franca a doar-me enxames. Na minha opinião essa ajuda será melhor direccionada a outros companheiros que terão perdido uma parcela maior do seu efectivo.

Nota 2: não sendo especialista em ordenamento florestal, pergunto se este não seria um desastre anunciado. Com tanto combustível no território, com tanta continuidade de floresta e matos, estava escrito por toda a Serra que o incêndio seria gigantesco se a intervenção inicial de combate falhasse, como veio a falhar.

Nota 3: não sendo perito em conservação de parques naturais, pergunto como pode a conservação fazer-se ao arrepio dos interesses sociais e económicos da população lá residente.

Nota 4: como pode o representante da Protecção Civil pretender defender-se com uma análise Macro do que se passou neste incêndio? A análise Macro que possa querer fazer é evidente para todos: o incêndio que começou no extremo Sul da Serra, terminou no extremo Norte da mesma. Mais Serra houvesse mais Serra arderia.

4 comentários em “bem-hajam e mais umas coisas”

  1. Sem dúvida Sr. Eduardo, com estas temperaturas altíssimas um foco de incêndio que não é atacado de caminho acaba em tragédia. No geral, os grandes incêndios o são, porque algo falhou no início do combate. Recordo o 15 de outubro 2017 que às 3h da madrugada andei a ajudar a deslocar colmeias. É muito triste, e até hoje nada foi alterado, se houver um novo incêndio ainda será pior que o de 2017. Cumprimentos

  2. Um abraço solidário José Eduardo.
    Embora alguns falem em fatores climáticos, eu aponto falta de gestão dos meios de combate e falta de investimento nas infraestruturas de prevenção nas nossas florestas.
    Grande abraço.

  3. Boa noite Eduardo! Em relação ao tema dos incêndios que nos prejudica em todos os sentidos quer a nível de saúde, a nível financeiro e moral. Eu nunca perdi nada que me tenha tocado lá bem no fundo, mas dói-me muito ver certas imagens e ver que continua tudo na mesma.Há uns tempos peguei na minha esposa e fui fazer uns pares de km por sítios ardidos em 2017 e o que vi é que se houver hoje um incêndio nessas zonas será pior que em 2017. Onde existia uma árvore hoje existem quatro ou cinco no mesmo pé, onde existia um pé de arbusto com uma guia hoje esse pé de arbusto tem um raio de um metro. Dizer que é mau para a natureza é errado na minha maneira de ver, o que está errado é essas árvores e arbustos estarem mesmo na beira da estrada o que facilita a propagação de um incêndio. Querem obrigar a que se mate toda a vegetação com herbicidas e limpezas anuais mas a prevenção devia de ser feita em todo o país, começando por abrir acessos, criando faixas de segurança incluindo as bordas das estradas. Tudo isso é mentira e eu passando e vendo a forma que está todo o nosso país faço só uma pergunta, porque é que não se faz nada para prevenir ou minimizar.

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