Bem haja ao apicultor que me enviou este testemuho muito detalhado e analítico sobre a sua experiência recente com a aplicação do Protocolo Inovador (PI).
A este propósito e porque continuo a receber inúmeros pedidos de informação acerca deste PI, vou abrir novas datas para o percurso formativo “Controlo efectivo da Varroose ao longo do ano” onde ensinarei a utilizar este protocolo, assim como a utilizar devidamente o ácido fórmico, o ácido oxálico e o timol, numa luta integrada e com a necessária rotação dos princípios activos. As datas do novo curso Zoom são: 14, 21 e 28 de novembro, com as sessões a iniciarem às 21h00. Enviem pedido de mais informação através da caixa de comentários deste blog ou para o e-mail: jejgomes@gmail.com
“Boa tarde Eduardo,
Com muita pena minha, não pude estar presente na sessão online de sábado. Vais realizar mais alguma?
Uma vez que procuro manter-me informado sobre o mundo da apicultura, recorrendo a fontes o mais científicas possível , já tinha conhecimento do Protocolo Inovador (PI).
No entanto, as tuas sessões e explicações ajudaram-me imenso a dar o passo em frente na aplicação do PI.
Quero dar-te algum feedback sobre o meu percurso e também sobre o tratamento. Vou tentar ser o mais breve possível.
Desde que tenho abelhas (há cerca de cinco anos), tenho tido sempre problemas com a varroa, sobretudo no verão(achava eu) — altura em que via as colmeias a enfraquecer.
Nos últimos dois anos comecei a estar mais atento ao longo do ano, testando regularmente os níveis com o copo de álcool(Seguidor do Randy Oliver), e verificava que os índices de varroa se mantinham sempre elevados: acima dos 4% em média, com algumas colmeias a atingirem 20% ou mesmo 30%.
Apesar de aplicar tratamentos sucessivos com amitraz (Ação rápida) e ácido oxálico, foi muito difícil baixar esses valores, além do custo associado. Graças a tua formação em Coimbra com o Marcelo e o Nuno , cheguei a enviar amostras de varroa para o IPB, onde foi detetada a presença de varroas com resistência ao amitraz.
Este ano, após a floração do eucalipto(pouca pelos incêndios), levei as colmeias para a serra. Quando as voltei a descer, encontrei taxas de infestação entre 0% e 20%. As colmeias fixas apresentavam geralmente 0% devido ao tratamento nas alturas correctas, enquanto as transumadas mostravam valores mais elevados.
Tratei todas da mesma forma, embora, por questões de disponibilidade, não tenha conseguido respeitar totalmente os intervalos, como poderás verificar abaixo:
Dia 09/Ago: Contagem + Protocolo Inovador (PI) + Tiras de Amicel
Dia 23/Ago: Contagem
Dia 28/Ago: Protocolo Inovador (PI) + Oxálico Sublimado
Dia 13/Set: Contagem

No entanto, posso concluir que o tratamento foi eficaz. No caso de uma colmeia com 65 varroas, o número desceu para 6 e depois para zero nas contagens seguintes. As restantes estão a zero ou muito perto.
Quanto à eficiência, reconheço que não foi a ideal devido à carga de trabalho, mas, se fizermos as contas ao custo real, pode não ser assim tão diferente de um tratamento convencional. Deixo abaixo os custos de “mercearia” :
Total de colmeias: 60
Média de quadros com criação: 2 (devido aos incêndios, ao clima e a realização 2 desdobramentos com a ideia de aumentar efetivo, as colmeias apresentavam menos criação)
Tempo total de tratamento: cerca de 3,5 horas
Mão de obra (2 pessoas): 7,5 €/h × 2
Tratamento aplicado: 3 € (pode ser mais barato comprando em maiores quantidades)
Custo total: 55,5 €
Custo aproximado por colmeia: 0,93 €
Vou tentar ser mais eficiente nos tempos 😊
Em resumo, trata-se de um método eficaz e económico, que pode ajudar a reduzir a varroa a níveis controláveis, permitindo depois recorrer a outros tratamentos mais práticos ao longo do ano. O importante é testar.
Tenho procurado levar a apicultura de forma mais séria e controlada, e acredito que este tipo de abordagem é o caminho certo.
Deixo aqui um pequeno resumo do meu ponto de vista e aproveito para te agradecer pelo contributo que tens dado à apicultura, mesmo enfrentando alguma resistência de certos “experts” que temem a mudança.“
Apesar de algumas resistências na comunidade apícola, pontuais e pouco consistentes no argumentário, vou continuar a trilhar o meu caminho! Cada vez acho mais necessária introduzir mudanças e adaptações nos velhos modos de fazer e pensar, para atingir uma apicultura sustentável, motivante e vencedora face aos desafios de hoje e àqueles que se avizinham vindos de leste europeu!