a indústria do mel mal explicada

Narrativa vegana sobre a indústria do mel

Os seguidores da ortodoxia vegana não consomem mel. Até aqui nada a criticar nem a exorbitar. Comem o que entendem que devem comer. O que já não é aceitável é que alguns deles defendam essa opção alimentar sustentados num conjunto de mentiras, meias-verdades, omissões e generalizações. No vídeo em cima podemos ver um exemplo dessa narrativa ignorante, canhestra e ofensiva para a grande maioria da apicultura nacional. Desmontemos alguns pontos dessa narrativa:

  • ao contrário do que se diz as rainhas são na sua grande maioria fecundadas naturalmente;
  • ao contrário do que se diz muitos apicultores produzem as suas próprias rainhas, não necessitando de as comprar on-line;
  • ao contrário do que se diz a maior parte dos apicultores não corta as pontas das asas às rainhas;
  • ao contrário do que se diz muitos apicultores não marcam as rainhas;
  • ao contrário do que se diz as abelhas não transportam o néctar no seu estômago, mas sim no saco nectarífero;
  • ao contrário do que se diz a colheita de mel não provoca a morte de centenas de abelhas;
  • ao contrário do que se diz não são os neonicotinoides a maior causa de mortalidade de abelhas, é a parasitação pelo ácaro varroa. São os apicultores que eliminam este ácaro, mantendo as colónias de abelhas saudáveis, impedindo assim a sua provável extinção.

Para terminar uma pequena nota: há uma nova fronteira na biologia, botânica e neuro-ciências a ser desbravada, designada de neurobiologia das plantas. Esta entusiasmante nova área científica está a fazer o seu caminho e vai, para já, afirmando que as plantas têm neurotransmissores e mecanismos que funcionam de forma análoga aos mecanismos neuronais dos animais. Vamos esperar mais um pouco, mas não me surpreenderia nada que, em breve, se torne consensual na comunidade científica que o mundo vegetal é também sensível à dor. Quando tal acontecer estarei atento às reacções dos veganos mais ortodoxos e extremistas. Acerca deste tema ver: https://www.pbs.org/video/university-place-plant-neurobiology/

3 comentários em “a indústria do mel mal explicada”

  1. Eduardo, isso já está provado! O mundo vegetal sente em grande escala, inclusive partilhando luta química conjunta. Isto quer dizer que por ligação radicular e fúngica (esta última por fungos auxiliares), as plantas não afetadas por doença/praga têm a mesma resposta do que as afetadas. O problema de boa parte da malta é ver sangue…desde que não vejam, é sintoma de que nasceu no supermercado e está tudo bem…

    1. Correcto Afonso. Este vídeo https://vimeo.com/ondemand/intelligenttrees/181082721?autoplay=1&fbclid=IwAR1LmJEj_Vy2YDazweMRCSRv58c1dvm_pWplrm5yC_PU7IME40KL0nrBVTs e outros vídeos, como aquele que referenciei no final do post, estão disponíveis para os que desejarem aprofundar este assunto. Com o aprofundar dos conhecimentos torna-se cada vez mais notável as enormes semelhanças entre o reino animal e o reino vegetal. A continuidade nos mecanismos são a marca da maravilha que aproxima todos os seres vivos deste planeta.

  2. O problema aqui e que se calhar tambem nao interessa muito que se fale, é que para algumas alternativas ao mel, dá jeito deturpar, uma vez que falando a verdade não conseguem o protagonismo que pretendem. Nem vou falar de nomes, porque se vir nesses “anuncios” vegan contra o mel no fim aparecem logo as belas alternativas ditas veganas, amigas do ambiente “ou não”.
    Cumprimentos

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