Ontem, num apiário de Cernache de um cliente, entre a equalização de colónias e a produção de novas colónias, fui fazendo mais alguns testes de infestação em 300 abelhas adultas lavadas com álcool. Imbuído do sábio princípio de Peter Drucker que só CONTROLA quem mede.
(Não temos que inventar muita coisa na vida para sermos bem sucedidos, temos sobretudo de ser capazes de andar aos ombros de GIGANTES. E para andarmos aos ombros dos gigantes, temos de ler e ouvir o que eles nos disseram ou escreveram, temos de reflectir (pensar e tornar a pensar sobre o que lemos e ouvimos deles) e temos que fazer nosso, integrar nos nossos mapas cognitivos, o que era o sumo do pensamento e experiência desses GIGANTES. Muitas das vezes temos também de ligar pontos, até aí desligados ou com conexões pouco visíveis. E finalmente, se o desejarmos, estamos em condições de partilhar a apropriação que fizemos desse conhecimento, por nós re-elaborado, com a nossa família, com os amigos, com os clientes, enfim com quem quisermos e nos apetecer.)
E passados cerca de 8 semanas sobre o início do tratamento com tiras de um medicamento homologado com amitraz, os resultados não sendo catastróficos estão muito longe de serem os desejados. Relembro que os especialistas da FNOSAD estabeleceram que um tratamento para a varroose, seja ele do tipo que for, só é eficaz quando leva a taxa de infestação em abelhas adultas abaixo de 0,5%.
E, uma vez mais, um outro medicamento homologado e baseado no amitraz está muito longe de o conseguir, como se retira das medições que ontem realizei.


No outro lado do espectro, nas quatro colónias onde testei um tratamento inovador (que não tinham sido tratadas com o medicamento homologado), os resultados são muito diferentes, felizmente. Este tratamento foi aplicado a 5 de fevereiro.
Deixo os dados de 2 destas colónias em baixo. A taxa de infestação máxima que encontrei nestas 4 colónias foi de 0,3% após o tratamento, e replica os resultados de outros apiários onde o tenho testado.


Com as mais que prováveis mutações de genes nos ácaros varroa, que lhes conferem graus de resistência à molécula de amitraz, o tratamento com este princípio activo é cada vez mais imprevisível.
Saibamos nós andar aos ombros de GIGANTES, para encontrar as melhores soluções possíveis! Não queiramos também andar sempre e em qualquer circunstância à borla nesses ombros, saibamos dar valor ao trabalho que merece esse valor! Espero assim ter sido claro e evitar certo tipo de abordagens que me fazem, cada vez menos felizmente, do tipo “diz lá a receita”.
Fico ao Vosso dispor neste e-mail para para os que estão genuinamente interessados em valorizar o meu trabalho e ouvir o que tenho para dizer sobre este tema: jejgomes@gmail.com