Antes de ontem, no primeiro dia do mês de março, fui trabalhar as colónias do meu apiário mais pequeno. Neste apiário, onde já estiveram assentes 80 colmeia nos idos 2014-2019, e anos houve em que nos terrenos em redor estiveram cerca de 60 núcleos de fecundação, hoje estão 5 colmeias do modelo Lusitana e 3 núcleos. Das 5 colmeias duas delas passaram o outono e inverno na configuração ninho e sobreninho. No final da ronda, quando saí do apiário, tinha deixado mais duas colmeias nessa configuração. Contas feitas, 4 das 5 colónias Lusitanas do apiário estão muito fortes. A menos forte apresentava 5 quadros com criação e mantém-se por enquanto só no ninho.
Das duas colónias que passaram o outono-inverno na configuração ninho mais sobreninho, uma apresentava 10 quadros com criação — 6 no ninho e 4 no sobreninho — e a outra 12 quadros com criação — 6 no ninho e 6 no sobreninho.
Dos 3 núcleos — dois do modelo Lusitana e o terceiro do modelo Langstroth — os dois do modelo português, albergam duas colónias que consegui salvar do PMS que sofreram em agosto/setembro do ano passado. Conto passá-los para colmeias de 10 quadros na próxima semana.
Em regra, neste apiário as colónias estão muitos fortes para a época. Por que razão? Pela alimentação líquida estimulante não é; não que lhes forneci nem sequer meio quartilho. Pela suplementação proteica também não é porque não que lhes forneci nenhuma. Pela qualidade das rainhas produzidas de forma orgânica por mim? Em parte sim, mas não é suficiente. Por as abelhas estarem saudáveis? Sim, muito isso. Pelo pólen presente no campo? Sim, muito isso também. Pela sintonia do trinómio rainhas pujantes, abelhas locais e saudáveis e campo abundante de pólen? Ah sim, de certeza esta combinação.
Bom dia,
Eu sou novo nestas coisas da apicultura e ainda não entendi muito bem o propósito do maneio com a configuração ninho e sobre-ninho. Eu tenho cerca de 15 colmeias langstroth e nunca lhes coloquei sobre-ninho. Tenho visto que muitos apicultores usam esta configuração para fazer desdobramentos. Outros, para evitar a exameação. Eu tenho apostado sobretudo na equalização de colmeias, no desbloqueio de quadros (guardando os quadros com mel) e, na primavera, no desdobramento. Gostava de saber a sua opinião.
Estou curioso para saber a razão pela qual decidiu manter uma configuração ninho + sobre-ninho durante o outono-inverno.
E aproveito para lhe perguntar se, com colmeias langstroth, faz sentido o maneio com sobre-ninho ou, para aumentar o espaço na colmeia, se basta colocar uma meia-alça (com ou sem excluidor de rainhas).
Obrigado,
Boa tarde, João! As colmeias-armazém (ninho+ sobreninho) basicamente são uma forma de tornar o meu trabalho mais eficiente. São colmeias onde eu guardo os recursos que sei que mais adiante vou necessitar e onde guardo os excessos que determinadas colmeias produzem. Ter colónias-armazém no apiário, onde guardo os recursos e onde posso armazenar os excessos e à guarda das abelhas, tem sido mutíssimo útil dentro da minha filosofia de maneio. Sobre os detalhes convido-o a colocar no campo de pesquisa do blogue o termo “colmeias armazém”. Se restar alguma dúvida depois da leitura das publicações tenho muito gosto em esclarecê-lo. Abraço!