o vírus das asas deformadas e abelhas de inverno

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Fig. 1:  Abelha infectada com o vírus das asas deformadas

O vírus das asas deformadas (VAD) é um vírus comum nas colónias de abelhas melíferas, amplamente distribuído e intimamente associado com os ácaros varroa. A prevalência do VAD nas colónias de abelhas melíferas está diretamente ligado à infestação pela varroa. Nas colónias fortemente infestadas pela varroa, quase 100% das abelhas obreiras podem estar infectados com o VAD, mesmo que estas não apresentem sintomas. O VAD está fortemente associado à mortalidade de colónias no inverno. O controle do VAD é geralmente conseguido com o tratamento contra a varroa. Após o tratamento eficaz o apicultor assiste a uma diminuição gradual do VAD umas vez que as abelhas infectadas são substituídas por outras saudáveis. O VAD pode ser encontrado em todas as castas e nas diversas fases da vida das abelhas. O VAD também é transmitida através de alimentos, fezes, da rainha para os ovos e a partir dos zângãos para a rainha.

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Fig. 2: Criação afectada pelo ácaro da varroa e pelo VAD (as larvas distorcidas nos alvéolos podem confundir o apicultor e levá-lo a pensar estar na presença de loque europeia dada a semelhança dos sintomas apresentados pelas larvas).

Os sintomas observados em infecções agudas incluem a morte precoce de pupas, asas deformadas, abdómen atrofiado, descoloração da cutícula das abelhas adultas, que chegando a nascer morrem dentro de poucos dias, fazendo com que a colónia possa eventualmente entrar em colapso num período muito curto de tempo, podendo ser confundido com o famoso Colapso/Despovoamento súbito de colmeias.

O VAD também pode ainda afetar a agressividade das abelhas assim como a memória e aprendizagem de comportamentos nas abelhas adultas. Para que o apicultor possa minimizar a presença e todos os efeitos perniciosos do VAD nas suas colmeias só tem uma saída no momento actual da ciência: diminuir para níveis muito baixos a infestação pelo ácaro varroa. Mais, a infestação da varroa deve ser reduzida nas colónia antes que produzam as abelhas de inverno, o que requer um bom timing de controle da varroose nos apiários. Nas regiões interiores do nosso país as abelhas de inverno são criadas, em regra, nos meses de Agosto a Outubro. Estes 2 a 3 meses requerem ao apicultor uma vigilância e atenção grandes em torno dos níveis de infestação pelo ácaro varroa pré e pós-tratamento. Só as colónias com baixos índices de infestação pela varroose nestes meses conseguirão ultrapassar os invernos típicos no interior do nosso país.

fonte principal: Honey Bee Viruses, the Deadly Varroa Mite Associates

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