nem todas as varroas são iguais: implicações para uma nova família de tratamentos

Como muitos de nós, estou informado que em vários países da América do Sul, entre os quais a Argentina e o Chile, os apicultores locais estão a utilizar um novo veículo para ministrar o ácido oxálico. Refiro-me às tiras de cartão com uma mistura de ácido oxálico e glicerina. Na Argentina já surgiu inclusivamente o Aluen Cap, produto actualmente homologado naquele país (ver mais aqui e aqui). Contudo, como habitualmente, os apicultores fazem réplicas caseiras procurando fazer igual e mais barato. Nos EUA, Randy Oliver fez e está a fazer ensaios com uma formulação e veículo algo diferentes, as “blue shop towels”, para libertar de forma lenta o ácido oxálico, o que e está a suscitar um enorme interesse e a criar uma grande expectativa na comunidade apícola de língua inglesa (EUA, Canadá e Nova Zelândia).

Por cá, falando sobre esta nova família de tratamentos com alguns apicultores experimentados e credíveis, que já realizaram alguns ensaios com tiras caseiras de oxálico e glicerina, relataram-me que os resultados não foram muito animadores. O efeito acaricida ficou aquém do esperado, tendo em conta os níveis de eficácia relatados pelos nossos companheiros sul americanos. A razão que encontram é que o sul da américa está colonizado por uma estirpe de varroa destructor (tipo japonês/tailandês) menos destrutiva/virulenta que a presente no nosso continente e no nosso país (tipo coreano). Também em Espanha os resultados são por enquanto pouco animadores, segundo me referiram.

Fig. 1: Colmeia com tiras de cartão embebidas na mistura de ácido oxálico com glicerina

Para os que estão a testar ou pensar testar esta nova formulação e este novo veículo recomendo as seguintes precauções:

  • muito cuidado ao manipularem o ácido oxálico;
  • acompanhem de perto as colónias tratadas com esta formulação e façam avaliações da taxa de infestação antes, durante e após os tratamentos e tirem as vossas conclusões com base nos números e não nas aparências;
  • não se esqueçam que apesar do ácido oxálico estar homologado, este veículo, as tiras de cartão com uma mistura de ácido oxálico e glicerina, não está.

4 comentários em “nem todas as varroas são iguais: implicações para uma nova família de tratamentos”

  1. Olá Eduardo,
    1º Enxame da época!
    Não é normal os enxames saírem com este tempo, mas hoje tive esse presente, alem do trabalho que tenho tido, com sabes, a respeito do assunto que falamos, tive mais esta ajuda.
    Eu já andava em guerra com esta mestra desde Novembro, altura em que coloquei a 2ª meia alça, raspei varias vezes os mestreiros, mas nestas ultimas três semanas não fiz verificações, devido ao tempo estar, frio e chuvoso.
    É caso para dizer que ela me apanhou de costas, ou então dizer que quando elas apanham a febre, não a nada a fazer.
    Mas tiveram sorte em conseguir velas, e eu ter ido verificar, se o vento teria virado alguma tampa ou colmeia.
    Senão apanhavam com esta chuva, e vento forte que esta a massacrar, aqui a zona.
    Abraço.

    1. Olá Dino
      Trabalho não te tem faltado, é verdade.

      Essa enxameação é bem a prova que até a democracia das abelhas por vezes decide erradamente.
      E como tu dizes quando entram em modo de enxameação já pouco mais nos resta que dar-lhes uma casa nossa, confortável e com telhado. Ou isso ou as árvores. Ainda bem que te tinham por perto.
      Um abraço!

  2. Oi Eduardo, quanto ao tema do tópico,
    Na próxima semana já tenho resultados de uma experiência que fiz dessa formulação. 3 núcleos a servirem como controlo e 3 núcleos a servirem como experiência. A ver! Expectariva há!!

    Mesmo que a redução seja apenas de 80%, é uma excelente alternativa para se ter aquando as alças estão colocadas, visto que por meu princípio não uso tratamentos químicos com alças (apesar de autorizados), e de o fórmico inibir um pouco postura (algo que não quero na primavera).

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