evolução anual de parâmetros populacionais em colónias de Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) parasitadas por Varroa jacobsoni Oud. (Mesostigmata: Varroidae)

Este estudo despertou-me um grande interesse por várias razões, a começar pelo facto de ter sido realizado em colónias de abelhas localizadas na Comunidade Valenciana, isto é, em colónias de abelhas da mesma subespécie que o nossa: a.m. iberiensis. Somado a este facto, todos os gráficos mereceram e merecem a minha melhor atenção, em particular os respeitantes às colónias não tratadas. Para todos os que desejam conhecer de forma séria o principal inimigo das nossas abelhas, tem neste artigo um excelente auxiliar.

Resumo: Realizou-se um acompanhamento da evolução da população do ácaro Varroa jacobsoni Oud. em colónias de abelhas localizadas na Comunidade Valenciana. Avaliou-se regularmente a mortalidade natural do parasita e a percentagem de infestação em abelha adulta. Para testar o efeito do ácaro sobre as colónias foram determinados valores mensais de cria de abelhas, população de abelhas adultas, peso das colónias e peso médio de abelhas. O pico da população de ácaro verificou-se nos meses da primavera. O ácaro diminuiu o número de cria de abelhas, a população de abelhas e o peso médio de abelhas. As colónias que não foram tratadas com acaricidas morreram num espaço de 10 e 12 meses após a infestação inicial.

fonte: http://www.mapama.gob.es/ministerio/pags/biblioteca/plagas/BSVP-18-04-777-788.pdf

Acerca deste estudo quero sublinhar estes aspectos:

  • as colónias para este estudo foram formadas/criadas com uma população baixa de ácaros em junho/julho;
  • os meses de fevereiro e março são os meses em que se assiste ao pico da criação para esta região de acordo com o ecotipo de abelhas, as condições climáticas, e as florações (predominância de laranjeiras) segundo os autores;
  • as colmeias não tratadas não enxameiam e a diminuição da população de abelhas adultas é gradual ao longo de quatro meses, março a junho (ver fig. 6 no artigo), até à sua morte.
  • a infestação pela varroa nas abelhas adultas quase que triplica no período de um mês apenas, entre abril e maio (ver fig. 6 no artigo);
  • as colónias não tratadas não aumentaram de peso no período de fluxo de néctar;
  • a queda natural/mortalidade de ácaros varroa mais que quadriplica entre o início de fevereiro e meados de março (ver fig. 9 no artigo);
  • quando a infestação das abelhas adultas ultrapassa os 20% as abelhas nascem mais pequenas e pesam menos (ver fig. 11 no artigo);
  • as colónias não tratadas morreram entre 10 a 12 meses após terem sido formadas/criadas.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.