da beira alta à beira litoral, com passagem pela beira baixa

Na passada semana estive na beira alta onde efectuei mais uma ronda pelas minhas colmeias. As principais tarefas realizadas foram:

  • renovar com fondant/pasta de açucar as colmeias necessitadas. Coloquei cerca de 280 Kg em cerca de 600 colmeias.
  • retirar dos apiários colmeias mortas. Retirei 4 colmeias. Estas juntam-se às 3 colmeias retiradas desde a entrada do outono. A mortalidade outono-invernal está neste momento pouco acima de 1%. Para 3 destas colmeias a razão da sua morte foi a varroa. Foram colmeias onde o tratamento contra a varroa não teve a eficácia desejada, perderam muitas abelhas e o cacho invernal era demasiado pequeno para conseguirem passar o frio das últimas semanas. Na outra colmeia a razão foi ter ficado zanganeira numa altura do ano demasiado tardia para intervir e tentar reverter a situação.
  • verificar se os telhados e réguas de entradas estavam no sítio. Sim estavam.
  • identificar sinais de nosemose apis e de ascosferiose na inspecção junto aos alvados/entradas das colmeias. Não vi absolutamente nada, nem o mais pequeno sinal.

Uma nota importante a terminar: as abelhas estavam a trazer pólen (de cor amarelo desmaiado).

Passei pela beira baixa para me encontrar com o Davide, da Meltagus, que me levou a conhecer a melaria/central de extracção de Castelo Branco. No dia seguinte fui um dos muitos participantes nas Jornadas do Vale do Rosmaninho. Os meus parabéns ao João Tomé por esta iniciativa. Por lá conheci pessoalmente o Milton, com quem já tinha conversado várias vezes ao telemóvel. Dos apicultores mais apaixonados que conheci até hoje.

Finalmente, e já na beira litoral, fui ver as minhas colmeias. Na visita anterior vim de lá muito satisfeito e volto a trazer essa mesma satisfação. Todas as colmeias, com excepção de uma que continua orfã, tinham entre 4 e 7 quadros com criação, cheias de abelhas, néctar/mel a aumentar nas alças e meias-alças, e nem o mais pequeno sinal de enxameação. A colmeia mais forte, com duas alças da Langstroth em cima, tinha 13 quadros com criação, uma coisa que raramente vejo nesta altura do ano. Expandi/abri vários ninhos com quadros de cera laminada. Os colocados na visita anterior puxaram-nos muito bem. Em duas colmeias lusitanas, com muito néctar/mel nas meias-alças, coloquei uma alça e expandi/abri os ninhos de cada uma.

3 comentários em “da beira alta à beira litoral, com passagem pela beira baixa”

  1. Boa noite Sr. Eduardo. Antes de mais, parabéns pelo seu blog. Tenho uma dúvida em relação a este post… visto ser eu um mero amador, refere-se mais detalhadamente ao quê quando escreve: “identificar sinais de nosemose apis e de ascosferiose na inspecção junto aos alvados/entradas das colmeias. Não vi absolutamente nada, nem o mais pequeno sinal.” ?

    Cumprimentos apicolas

    1. Obrigado Bruno.
      A nosemose apis e a ascosferiose são duas doenças das abelhas, a primeira das abelhas adultas a segunda da criação. Surgem com alguma frequência no período de invernagem.

      A primeira surge por as abelhas estarem vários dias/semanas confinadas às colmeias, entre outras razões. A segunda surge por níveis elevados de humidade no ninho, entre outras razões.

      O apicultor pode aperceber-se da primeira se vir a entrada da colmeia suja com os dejectos das abelhas, ainda que a disenteria nem sempre tenha por trás a nosema apis. A ascosferiose pode ser sinalizada se o apicultor encontrar na rampa de vôo larvas mortas, tiradas pelas abelhas do interior da colmeia, com um aspecto de gesso/giz.

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