eu faço assim: formação de núcleos e respectiva criação de rainha

Fica a descrição do processo que o Hugo Martins utiliza para a formação de núcleos e respectiva criação de rainhas.

“Relativamente à formação de núcleos e respectiva criação de nova rainha eu procedo do seguinte modo:

1- Selecciono uma colmeia do apiário tendo por base a prestação desta no último ano (produção, enxameação, necessidade de alimento no inverno são os meus critérios) que será a dadora de quadros com larvas de tenra idade e ovos.
2- Das restantes colmeias do apiário vou tirando um a dois quadros com criação operculada e reservas, consoante a força das mesmas, e formando núcleos com 4 quadros. Aqui é preciso ter especial cuidado na inspecção dos quadros para não levar a rainha. Contudo se a rainha for por engano as abelhas não a vão rejeitar e esse núcleo acaba por encher a caixa e eventualmente dar pelo menos uma meia alça de mel. Nesta fase pode haver necessidade de adicionar abelhas ao núcleo se as que forem agarradas aos quadros não forem suficientes, havendo duas hipóteses para isso: colocar os quadros em frente a colmeia de forma a obstruir a entrada directa para a colmeia obrigando ao acumular de abelhas no quadro, ou então dos quadros de cria aberta dessa colmeia, bater as abelhas dos mesmos para o interior do núcleo. Da minha experiência pessoal, uso mais vezes a primeira opção porque assim capto mais abelhas campeiras e ajuda mais a controlar a enxameação.
3- Depois dos núcleos estarem formados, retiro à colmeia dadora de cria, tantos quadros com cria aberta e ovos, como os núcleos que foram formados e coloco um por núcleo na posição central do mesmo.
4- Os núcleos formados desta forma são deslocados para outro apiário, de preferência a mais de 2 km.
5- Passados 7 a 10 dias da formação dos núcleos, faço a revisão dos mesmos e selecciono 2 alvéolos reais, dando primazia aos do quadro central, porque é nele que estavam as larvas mais jovens e a genética escolhida.
6-Verificar passados 40 dias da formação do núcleo a existência de postura e cria aberta.
Nota 1: Com este método podem formar-se ao invés de núcleos de 5 quadros, colmeias de 10 quadros e adicionar uma meia alça com cera puxada, o que garante produção de mel no próprio ano.
Nota 2: é possível realizar esta operação a cada 2 semanas no mesmo apiário ajudando no controlo da enxameação e renovação de ceras.
Nota 3: podem também usar-se meias alças nos núcleos com cera puxada, mas exige material feito “à medida” o que traz custos adicionais.

Cumprimentos
Hugo Martins”

eu faço assim: combate à vespa asiática

Em baixo está a descrição dos procedimentos utilizados pelo Bernardino Gomez na “construção” de um cavalo de troia. Reforço as palavras do Bernardino acerca do cuidado extremo que devemos ter para não intoxicarmos, inadvertidamente, as nossas colmeias.

Olá Eduardo.
A técnica que utilizamos é simples, apanhamos as vespas com um camaroeiro, depois seguramos a vespa com a mão,( como se faz para marcarmos uma mestra), mas com cuidado para que elas não nos piquem, porque a picada e bem forte, e eu que o diga,
Em seguida com o conta gotas, colocamos em frente da vespa, apertamos ligeiramente a membrana do conta gotas, para que a pequena gota saia do tubo, e damos de beber,( notasse a olho nu o prazer com que elas “mamam” o produto).
Uma a duas gotas são suficientes, não mais, porque se for mais elas ficam pesadas e não conseguem voar.
Quando tivermos a fazer este trabalho, temos que ter o cuidado em ter uma pano húmido, para limparmos o produto que porventura deixarmos cair. Para alem do pano temos de ter o cuidado de fixarmos bem o frasco do produto para não tombar.
Nós utilizamos uma caixa de esferovite de transporte de peixe, na qual abrimos um orifício bem justo para colocar o frasco o conta gotas e o pano.
Utilizamos esta caixa como mesa de trabalho, e temos que ter o cuidado de estar sempre limpa para que as nossas abelhas não toquem neste produto, (MUITA ATENÇÃO)
O produto é feito com:
15 mililitros de groselha.
4 gotas de Eliminall, ou frontline. ( Nós utilizamos o Eliminall porque é mais barato)
1 colher de café de açúcar, (ou 1/4 de pacote de açúcar dos pequenos)
Agitamos bem e o produto esta pronto a utilizar.

Nota: Há pessoas que têm medo de apanharem as vespas, podem utilizar uma pinça mas com cuidado para não apertarem demasiado as vespas.
Depois de dar o produto as vespa, colocamos as vespas em cima da nossa mesa de trabalho até elas irem embora.
Temos que tratar o máximo de vespas e por vários dias, pois podemos ter vários ninhos por perto.
Este método é o que temos utilizado ultimamente e os resultados são animadores, reparamos que em uma semana de tratamento, o fluxo de vespas diminuiu drasticamente.
P.S Se fizermos bem este trabalho e com responsabilidade, não temos o perigo de envenenar as nossas colmeias.
Um abraço.

eu faço assim: criação de abelhas rainha (2)

Em baixo está a descrição dos procedimentos utilizados por Manuel Frias na criação de abelhas rainhas.

Eu faço assim:
Escolho uma boa colmeia. Retiro a rainha com 2 ou 3 quadros de criação de preferência operculada e abelhas e um de provisões para outro lado do colmeal, 8 a 10 metros.
À colmeia criadora de células adiciono os quadros que faltam com quadros de criação mista de outras colmeias. Ponho alimento a todas.
Passados 4 dias depois desta operação vou às colmeias que pretendo desdobrar e separo-as em duas com grade separadora (também serve colocar apenas a prancheta de agasalho fechada ), 5 quadros para cima e 5 ficam em baixo (não tenho a preocupação de saber onde fica a rainha) e completo tudo com cera puxada ou moldada.
Aos dez dias da primeira operação faço os núcleos sendo um quadro com alvéolos reais da primeira e dois com células reais iniciadas das colmeias com a rainha separada que vai com todos os quadros que tem para outro lado do colmeal, ficando nesse local os núcleos respetivos em abanico. Faço alimentação, mas agora só aos núcleos. Passados uns dias as colmeias mãe são deslocadas para outros colmeais, não havendo o perigo de enxameação pois já perderam as abelhas velhas. Estas colmeias ainda podem dar algum mel.
Feliz ano 2018
Manuel Frias

eu faço assim: controlar a infestação da varroa

Agradeço ao José Marques a descrição, em baixo, dos procedimentos que utiliza para controlar a varroa.

O VAD é um vírus oportunista que aproveita o enfraquecimento provocado pela varroa para se desenvolver com grande velocidade e intensidade. Por isso curar a varroa é curar o VAD.
Entrando no modo “EU FAÇO ASSIM”:
Medidas preventivas gerais:
– usar caixas limpas e desinfectadas
– usar ceras novas e não contaminadas
– não manter colmeias doentes no apiário (curar rapidamente)
– Manter as colmeias sempre com reservas
Medidas preventivas contra a varroa e consequentemente contra o VAD:
– Tratar com químico de síntese depois da cresta (Julho)
– Tratar com químico biológico em Novembro
– Tratar com químico biológico (Fevereiro/Março), todas as colmeias, 45 dias antes do início da criação de rainhas (Março/Abril)
– Tratar, rapidamente, as colmeias que apresentarem sintomas ao longo do ano.
Melhoramento deste método:
– Ensaios e selecção de colmeias com abelhas mais higiénicas e defensivas
– Ensaios periódicos da percentagem de varroas e tratamentos adaptados
– Ensaios das percentagens de varroa, depois dos tratamentos aplicados. para verificar a eficácia conseguida.
Estou certo que haverá muitos apicultores com boas e más experiências neste domínio, que a todos os outros, interessaria conhecer.
Saudações

eu faço assim: criação de abelhas rainha

Por José Marques:

Peço que abra, a todos os seguidores, um portal ” EU FAÇO ASSIM” :
– Selecçiono uma colmeia do apiário. Retiro a rainha, um quadro com criação tapada e outro de provisões, completo com quadros vazios e levo este núcleo para outro ponto do apiário. Fica a parte restante da colmeia ( quatro ou cinco quadros de criação, um ou dois quadros de provisões e quadros vazios. As duas colónias são alimentadas com xarope de água e açucar.
– Passados 10 dias faço, nas restantes colmeias do apiário, tantos núcleos de dois quadros (+ um quadro com células), quantos os quadros com células da colmeia selecçionada que tiver, em geral três a cinco.
Nota: Podem cortar-se as células e formar mais núcleos com três quadros das colmeias do apiário
Os núcleos formados ficam nos locais das colmeias e estas são deslocadas para outros pontos do apiário.
Todas as colónias são alimentadas.
O processo é satisfatório e espero que gostem.

eu faço assim: propósito desta categoria temática

Nesta nova categoria do blogue abelhas à beira, e seguindo a boa sugestão do José Marques,  pretendo criar um espaço dedicado à partilha de conhecimentos, técnicas, ideias, questões e dúvidas, entre outros aspectos, que os seguidores e leitores deste blog desejem partilhar.

A partilha de conhecimentos não nos tira nada, muito pelo contrário. A velha e estafada ideia que “o segredo é a alma do negócio” faz cada vez menos sentido na aldeia global em que todos vivemos. Desde já o meu agradecimento a todos os que no passado partilharam generosamente o que sabiam e àqueles que no futuro o vierem a fazer.